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Ausência de mulheres na COP28 é preocupante, diz Hillary Clinton

Durante um evento na cúpula do clima, a ex-secretária de Estado dos Estados Unidos também discorreu sobre o impacto do aquecimento global no dia a dia de trabalhadoras informais





A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, demonstrou preocupação com a falta de mulheres nas mesas de negociações da COP28, conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU) que está sendo realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.


“Em muitos dos governos representados aqui no COP, não há mulheres”, disse ela durante um evento no Dubai Expo Centre. “Como podemos fazer com que as preocupações das mulheres sejam ouvidas? É disso que tratam eventos como esses. Também temos que ter cuidado com o fato de que agora estamos nadando contra a maré, e a maré virou-se contra as mulheres em muitas partes do mundo.”


O The Independent pontua que a ex-candidata presidencial democrata também destacou o “retrocesso visível” contra os direitos e as oportunidades femininas, apontando para uma declaração recente do presidente da China, Xi Jinping, que pediu às mulheres para “cultivarem ativamente uma nova cultura de casamento e procriação”.


“Os líderes de vários países basicamente enviaram a mensagem de que as mulheres precisam sair do mercado de trabalho e precisam estar em casa e ter mais filhos. Também vemos mudanças na legislação para minar o papel das mulheres... para encorajá-las a retirar-se da economia e minar os direitos das que procuram a igualdade”, observou ela para uma plateia lotada.

Outro ponto abordado por Clinton foi como o aquecimento global está prejudicando o trabalho das mulheres mundo afora. Ela citou como exemplo um grupo que conheceu durante uma visita a Gujarat, na Índia, em fevereiro deste ano.


“São mulheres que trabalham muito e trabalharam muito. Suas mães trabalharam duro, suas avós trabalharam duro e agora, de repente, elas estão achando quase insuportável acordar com o sol e trabalhar até o sol se pôr, que é o que historicamente têm feito. Então, agora, elas acordam às quatro da manhã porque às 10h ou 11h está quente demais para continuar trabalhando”, relatou.


Reema Nanavaty, diretora da Associação de Mulheres Trabalhadoras Autônomas (Sewa, na sigla em ingês), sindicato que representa 2,5 milhões de mulheres com trabalho informal em toda a Índia, acompanhou Clinton no evento e observou que, hoje, não há nada que proteja essas mulheres.

“Elas não apenas perdem as suas vidas, mas também os seus meios de subsistência”, afirmou. E acrescentou que é necessário expandir com urgência soluções de pequena escala, como telhados de refrigeração, para tornar a vida cotidiana mais suportável. “Estas mulheres trabalhadoras não querem caridade, querem uma vida de dignidade e respeito próprio. E já estão mostrando como desempenhar um papel importante na ação climática”, completou.


Fonte: Um Só Planeta

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