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Quase R$ 400 milhões foram investidos em projetos de justiça climática em comunidades no Brasil entre 2022 e 2023, aponta mapeamento

Levantamento da Rede Comuá documenta 106 soluções climáticas locais, criadas por e para as comunidades, considerando as especificidades e vulnerabilidade dos grupos envolvidos

O mapeamento “Iniciativa Comuá pelo Clima: financiamento de soluções climáticas locais” traz um perfil de atuação de 16 organizações e fundos filantrópicos membros da Rede Comuá com foco em ações e iniciativas desenvolvidas e financiadas na área de filantropia e clima. Juntas, elas promovem 106 soluções climáticas locais, criadas por e para as comunidades, considerando as especificidades e vulnerabilidade dos grupos envolvidos.


A Rede Comuá é um espaço que reúne fundos temáticos, comunitários e fundações comunitárias, organizações doadoras (grantmakers) independentes, que mobilizam recursos de fontes diversificadas para apoiar grupos, coletivos, movimentos e organizações da sociedade civil que atuam nos campos da justiça socioambiental, direitos humanos e desenvolvimento comunitário.


O mapeamento pontua que foram investidos por organizações filantrópicas independentes o montante de R$ 394,1 milhões em ações de justiça climática, considerando os anos de 2022 e 2023.


Cerca de 45% dos membros da Comuá atuam em território nacional, o que demonstra o seu potencial em atingir diferentes regiões do país, enquanto 31,8% têm atuação na escala municipal/comunitária. Eles também estão presentes em todos os biomas nacionais, com foco maior na Mata Atlântica e na Amazônia, o que pode ser explicado pelo fato de que os grandes centros urbanos do Brasil se encontram nesses biomas.


Em relação aos eixos de ação, os destaques são defesa e incentivo à Conservação e Biodiversidade (linha na qual se concentra 20,6% dos participantes da rede, a exemplo do BrazilFoundation e do Fundo Casa Socioambiental) e Adaptação e Resiliência Climática (reúne 19,6% dos investimentos dos fundos filantrópicos, como a Associação Nossa Cidade).


Também foram mapeadas soluções voltadas para a área de Educação Ambiental, Gestão Sustentável de Recursos Naturais, Gênero e LGBTQIAPN+, Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais, e Saúde, Meio Ambiente e Clima.


No recorte dos tipos de ações financiadas, mais de 70% dos membros da Comuá destinaram recursos para atividades de formação e apoio direto à projetos/organizações, chegando a beneficiar diretamente mais de 900 grupos e cerca de 1 milhão de pessoas.

O mapeamento demonstrou ainda os públicos-alvo das soluções climáticas locais. A prioridade são populações em situação de vulnerabilidade socioambiental e climática: comunidades de base (29,4%); povos e comunidades tradicionais (27,5%), incluindo povos indígenas e quilombolas; mulheres e pessoas LBTQIAPN+ (6,9%); e crianças, adolescentes e jovens até 29 anos (4,9%).


“Além da inegável relevância ao trazer recortes fundamentais para uma maior compreensão da atuação dos grupos de base que atuam na agenda climática, esse levantamento tem grande potencial de se tornar uma referência para o campo da filantropia, contribuindo para incidir na construção de agendas e no desenvolvimento de estratégias de financiamento para organizações e grupos da sociedade civil que atuam na linha de frente”, salientou Jonathas Azevedo, assessor de programas da Rede Comuá.


Ele complementou: “Quando falamos de mudança sistêmica, pensamos no financiamento e apoio aos que estão à frente dessa mudança, e não de os próprios financiadores mudarem diretamente os sistemas. Ou seja, essas organizações estão financiando a transformação, com apoio mais flexível e acessível, atuando como fundamentais facilitadores desse processo transformador”.




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