(Brasília, 21 de maio de 2021) – A Frente Parlamentar Ambientalista realizou uma live nesta semana para debater a importância da COP 15 da Biodiversidade, prevista para outubro deste ano, em Kunming, na China, e as expectativas com a participação do Brasil neste evento global.
A Convenção da Biodiversidade (CDB) foi acordada na Cúpula da Terra no Brasil, em 1992, com três objetivos: a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a repartição justa dos benefícios decorrentes do uso dos recursos genéticos.
VISÃO DO COORDENADOR DA FRENTE AMBIENTALISTA
Durante a live, o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, o deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB/SP), afirmou que a COP 15 será um “desafio enorme para o Brasil”.
“O Brasil é um dos países com maior biodiversidade do mundo, com seis biomas riquíssimos, e ainda tem um sistema costeiro marinho extenso. Mas, por outro lado, é o que mais destrói e desmata. Nenhum país está destruindo tanta floresta tropical como o Brasil”, declarou o parlamentar.
O coordenador disse, ainda, que o Brasil terá que usar a criatividade para poder enfrentar a perda da biodiversidade. “Temos muitas espécies sendo mantidas com estoques populacionais baixos. Se as mudanças climáticas vierem na velocidade que estamos esperando, teremos uma perda de biodiversidade altíssima”, finalizou.
CONVIDADOS DA LIVE COP 15 DA BIODIVERSIDADE
Estavam também presentes na live a pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Dra. Ima Vieira; o professor titular de Ecologia na Universidade de São Paulo (IB/USP), Dr. Jean Paul Metzger; a gerente para Políticas Públicas e Relações Governamentais na The NatureConservancy Brasil, Dra. Karen Oliveira; e o professor titular de Ecologia Vegetal do IB/UNICAMP, professor Dr. Carlos Joly.
PREOCUPAÇÃO: CONTEXTO BRASILEIRO
Para o professor titular de Ecologia Vegetal do IB/Unicamp, o Dr. Carlos Joly, o Brasil avançou muito pouco ao longo dos últimos anos diante do tema “biodiversidade”. “O desmatamento e a perda de habitat, por exemplo, continuam crescendo. Muitos pesquisadores da área até consideram que estamos vivendo uma sexta extinção em massa”, afirmou o docente. O professor Joly reforçou que o Brasil vai precisar adotar posições claras e estabelecer estratégias a longo prazo.
Presente também no encontro, a pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, Dra. Ima Vieira, relembrou os constantes ataques aos territórios dos povos indígenas e tradicionais. “Agora não temos ataques somente às terras não destinadas, mas também grilagens em terras destinadas. É muito preocupante em termo de proteção da biodiversidade se essas áreas continuarem sofrendo esses ataques sistemáticos”.
SOLUÇÕES BASEADAS NA NATUREZA
Já o professor titular de Ecologia na Universidade de São Paulo (IB/USP), Dr. Jean Paul Metzger, destacou a importância de apresentar na COP 15 “soluções baseadas na natureza”.
“Eu acredito que as melhores soluções são aquelas que apresentam múltiplos benefícios, que possam propiciar a conservação ou resgate da biodiversidade. E essas soluções devem ser efetivas, baratas e resilientes, e principalmente baseadas na natureza, o que significa desde a criação de um telhado verde até a restauração de amplas áreas”, disse o professor.
COP 15 E A PANDEMIA
A gerente para Políticas Públicas e Relações Governamentais da The NatureConservancy Brasil, Dra. Karen Oliveira, demonstrou preocupação com a realização do evento durante a pandemia. Ela acredita que isso pode restringir o foco nos governos.
“Isso por si só gera incerteza no processo de negociação, porque justamente essa participação e diálogo, essa troca, que é importante dentro das conferências internacionais e que geram compromissos globais, está comprometida por não termos a certeza de como irão encaminhar as negociações por lá”, afirmou Karen.
Assista, na íntegra, a live no canal do YouTube da Frente Parlamentar Ambientalista.
Assessoria de Comunicação da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional
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