Dados do Observatório 2030 divulgados em primeira mão para Um Só Planeta mostram baixo engajamento das empresas sobre os riscos de escassez hídrica; clima também pede mais ação
Praticamente todos os setores da economia dependem de água. Embora algumas atividades sejam mais sedentas que outras, a cartilha da boa gestão hídrica convoca todos a cuidar desse recurso finito e essencial à vida. O impacto da escassez das secas ou do excesso destrutivo das enchentes mostra como a variação da quantidade e disponibilidade de água para os negócios pode ser de grande alcance. Nem é preciso um exercício de futurologia para constatar isso.
Segundo a ONU, a maioria dos desastres em curso no mundo atualmente tem relação com a água. No Brasil, dados do Atlas Digital de Desastres, fruto da cooperação técnica entre o Banco Mundial e a Universidade Federal de Santa Catarina, apontam para impactos da ordem de R$ 11 bilhões para as indústrias entre 1991 e 2022. Os prejuízos vão desde a falta de suprimento de energia a preços competitivos, danos aos ativos e infraestutura, interrupção de produção, risco de desabastecimento e aumento dos custos com apólices de seguros.
Apesar das evidências, ainda temos um longo caminho para internalizar a responsabilidade compartilhada pela água, o que em tempos de aquecimento global acende um alerta vermelho. O mais recente ciclo do Monitora ODS do Observatório 2030, iniciativa do Pacto Global da ONU - Rede Brasil mostra que das 109 empresas avaliadas, somente 16 (15,38%) avaliam o risco da escassez hídrica sob a ótica da quantidade e qualidade. São negócios ligados a serviços essenciais, como água e energia elétrica, consumo e alimentos, e também papel, celulose e madeira.
Fonte: Um só Planeta
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