GT Empresas da Frente Ambientalista inicia os trabalhos no Congresso com proposta de pacto entre setor produtivo e Estado para transição ecológica brasileira
- Larissa Nunes
- há 14 minutos
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Em um ato simbólico, nesta terça-feira (06/05), a Frente Parlamentar Mista Ambientalista deu início aos trabalhos do GT Empresas, coordenado pelo deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), com o objetivo de unir inovação, sustentabilidade e desenvolvimento econômico em um novo pacto verde para o Brasil.
O lançamento da edição deste ano representa um movimento de inflexão estratégica. O GT surge com uma ambição de reconfigurar o papel do setor produtivo como protagonista e não antagonista da transição ecológica no Brasil.
“A ciência já grita. As empresas já se moveram. Só falta o poder público reagir à altura. Nosso papel aqui não é produzir mais um relatório. É construir um pacto pragmático, realista, com metas concretas e responsabilidade compartilhada. Não há mais tempo para negacionistas disfarçados de prudência”, declarou o coordenador do GT em seu discurso de abertura.
Essas agendas não são apenas técnicas. São alavancas geopolíticas para redefinir a posição do Brasil no cenário internacional em um momento crítico: às vésperas da COP-30 em Belém, como lembrou Nilto Tatto (PT-SP) coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista. “O GT Empresa tem esse papel fundamental para a gente dialogar com o setor produtivo e mobilizar o setor produtivo nessa perspectiva. Nós sabemos que tem parte do setor produtivo que trabalha na agenda do retrocesso aqui dentro. E aí é importante que a gente tenha empresas que veem esta agenda da oportunidade que se coloca para o Brasil, da inclusão, de enfrentar a crise climática, mas também de uma potencialidade de gerar emprego e renda a partir da potencialidade, diminuindo as emissões de gases de efeito estufa.”
O deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) destacou a importância do debate para a qualidade de vida nas grandes cidades, um debate que vai além das divergências políticas. “A gente olha para Manaus. Nós temos 97% da floresta preservada, mas a cidade de Manaus é uma das cidades menos arborizadas do Brasil. A gente quer avançar porque a gente tem 97% da floresta preservada ao mesmo tempo em que tem os piores índices de desenvolvimento humano.”
O lançamento contou com a presença de lideranças empresariais, organizações da sociedade civil e representantes da indústria de base, do agro e da inovação tecnológica. A sinalização política foi clara: o Brasil não pode continuar tratando clima e meio ambiente como “setores”. Eles são infraestruturas invisíveis da economia do século XXI.
Um dos fundadores do GT Empresas, o secretário executivo Victor Bicca destacou a importância do GT para unir o parlamento e a iniciativa privada em torno de um objetivo comum de desenvolvimento com sustentabilidade. “Meu papel aqui é criar o diálogo do setor empresarial,ajudar nesse trabalho de aperfeiçoamento dos projetos de lei que a gente tem aqui. E que realmente a gente construa políticas públicas melhores e mais objetivas para o Brasil.Por isso, eu acho que o grupo vai poder contribuir, pegando a experiência e os aprendizados do centro empresarial, e trazer isso aqui para o Parlamento, para que a gente possa, com menos forças, construir políticas públicas maiores.”
Além disso, o GT deve atuar como linha auxiliar estratégica da diplomacia climática brasileira, pressionando internamente pela aprovação de tratados internacionais paralisados no Congresso, como o próprio Acordo de Escazú — cuja relatoria está sob responsabilidade de Mandel. “Se a gente continuar fingindo que isso é só pauta ambiental, vamos perder a corrida do século. Essa é a nova política industrial do mundo. E o Brasil, que sempre chega atrasado, desta vez pode sair na frente. Mas só se souber alinhar Congresso, empresas e sociedade civil num mesmo vetor de transição”, completou o parlamentar.
Com informações da assessoria de Amom Mandel
Foto e edição: Larissa Nunes - Jornalista da Frente Parlamentar Mista Ambientalista
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