Em evento realizado na conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes, a comitiva brasileira discutiu os novos passos do país rumo à chamada descarbonização de sua economia, particularmente da indústria. Representando a presidência do Senado, o vice-presidente da Casa, Veneziano Vital do Rego, ressaltou que é preciso unir economia e meio ambiente e desconstruir a ideia de que uma ameaça a outra, pois todos os setores serão afetados pelas mudanças climáticas.
Veneziano afirmou que o Congresso tem buscado uma "pauta verde" com o desafio de dar continuidade às discussões e contribuir com o desenvolvimento sustentável do país, tratando de questões como a regulamentação da política para a comercialização de hidrogênio de verde e a regulamentação do mercado de carbono.
— Aquele que levanta o dedo para se insurgir contra esta constatação, evidentemente, está com outros propósitos. Os fatos falam de maneira eloquente sobre as mudanças climáticas e seus efeitos — alertou Veneziano, criticando as vozes negacionistas quanto à urgência climática.
O setor industrial já tem feito as contas sobre quanto será necessário para descarbonizar suas atividades: pelo menos R$ 40 bilhões até 2050, de acordo com o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban. Ao mencionar o processo de neoindustrialização e a necessidade de o Brasil acompanhar as novas tecnologias e novas cadeias produtivas, Alban pediu atenção especial ao Congresso — que discute a regulamentação do mercado de carbono — para que as indústrias brasileiras tenham vantagem competitiva nesse novo mercado.
— Que seja garantida essa vantagem competitiva para as indústrias que estão no Brasil, para que a gente transforme o país num encadeamento produtivo viável e sustentável, de tal forma que a gente beneficie muito mais a economia como um todo. E quem gera emprego, quem gera riqueza, é quem produz — disse.
Também presente no evento da CNI sobre descarbonização da indústria, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que os deputados analisam com cautela a proposta relacionada ao mercado de carbono, ouvindo vários setores e que ela "não pode ser aprovada na pressa".
— Nós não podemos deslizar, derrapar, nos açodar, nos precipitar, ter qualquer açodamento antes de discutir com todos os setores, ouvir todos os segmentos, tentarmos fazer a melhor legislação, não nos apressarmos com relação às demandas mundiais para nos frear ou nos constranger, ou nos tirar do protagonismo do que nós temos de melhor — disse Lira.
Fonte: Agência Senado
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