top of page

Congresso derruba vetos de Lula e mantém liberação de agrotóxicos no Ministério da Agricultura


Congresso derrubou vetos do presidente Lula à nova Lei dos Agrotóxicos e à lei da regularização de terras na Amazônia.

O Congresso derrubou parcialmente, nesta quinta-feira (9), o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à nova Lei dos Agrotóxicos, chamada de “PL do Veneno” pelos críticos da iniciativa. Lula havia vetado um trecho da proposta que concentrava no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a fiscalização e liberação de agrotóxicos. No entanto, os parlamentares devolveram o poder de decisão sobre essas substâncias à pasta.


Em dezembro de 2023, o governo argumentou que o veto neste trecho era necessário porque a regra representava a extinção do atual modelo regulatório tripartite (saúde, meio ambiente e agricultura) de registro e controle de agrotóxicos, adotado no Brasil desde 1989. O projeto de 1.459/2022, que deu origem à Lei dos Agrotóxicos, foi aprovado pelo Senado no final de novembro do ano passado.

Na prática, concentrar a decisão sobre registro e liberação de agrotóxicos no Mapa enfraquece as atribuições do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O presidente vetou 17 itens da nova legislação. Nesta tarde, o Congresso derrubou oito deles, os demais devem ser analisados pelos parlamentares no próximo dia 28.


Outro item vetado previa que os pedidos de registro de produtos à base do ingrediente ativo em reanálise poderiam ser deferidos pelo órgão federal responsável pelo setor da agricultura enquanto não tivesse sido concluída sua reanálise, informou a Agência Senado. O governo alegou que esse dispositivo ofenderia o princípio da precaução, colocando em risco os direitos à vida, à saúde e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Com a derrubada do veto a esses itens, os dispositivos voltam a ter validade dentro da lei.


Congresso derruba vetos à lei da regularização de terras na Amazônia


O Congresso também derrubou a maior parte do veto presidencial na lei que facilita a regularização de terras na Amazônia (Lei 14.757, de 2023). Os parlamentares rejeitaram nove dos 10 vetos de Lula. Entre os dispositivos que voltarão a valer, está o artigo que extingue as chamadas cláusulas resolutivas de títulos fundiários de regularização para antigas ocupações na região. Se as cláusulas resolutivas não forem cumpridas, pode ser feita a rescisão do contrato.


A extinção valerá para o beneficiário que tiver: a dívida quitada; imóvel de até 15 módulos fiscais e inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR); e ausência de registro de trabalhadores em situação análoga à escravidão. O fim das cláusulas também valerá para o beneficiário com contratos pendentes de pagamento que fizer a quitação após pagar o saldo devedor.


Entretanto, o fim dessas condições não afastará a responsabilidade por infrações ambientais, trabalhistas e tributárias. O projeto que deu origem à lei é de autoria do senador Confúcio Moura (MDB-RO) e foi aprovado pelo Senado em novembro de 2023.


Os parlamentares adiaram a votação do trecho vetado sobre a atualização de laudos de avaliação do grau de utilização da terra e de eficiência na exploração. Esses documentos são utilizados para determinar se a propriedade atende ou não à função social e, portanto, está ou não sujeita à desapropriação para reforma agrária.


Segundo a lei, a regularização da ocupação informal só pode ser solicitada por quem efetivamente estiver na posse plena do lote ou de ofício pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Para isso, o projeto de assentamento deve existir há mais de dois anos e a ocupação e exploração da parcela diretamente pelo interessado tenha ocorrido há, no mínimo, um ano.


 
 
 

Comments


Commenting on this post isn't available anymore. Contact the site owner for more info.
bottom of page