No dia 09 de agosto de 2023 a Frente Parlamentar Ambientalista e a Humane Society International vão apresentar aos parlamentares uma nova tecnologia capaz de substituir os testes em animais e salvar o caranguejo-ferradura da extinção.
A tecnologia é chamada Fator Recombinante C (rFC) e é reconhecida por ser uma alternativa sustentável para fornecer um substituto para o teste em animal chamado LAL (do inglês Limulus Amebocyte Lysate). O LAL é utilizado para verificar a segurança de produtos na área da saúde e faz uso, como reagente, de uma substância obtida de caranguejos-ferradura do gênero Limulus denominada hemolinfa (“sangue-azul”), obtida por meio da sangria desse animal. Esse processo de sangria debilita o animal, prejudicando sua reprodução e mesmo sua sobrevivência.
O LAL provoca sérias questões éticas e ambientais, pois o uso indiscriminado da espécie está causando a sua extinção. No Atlântico, a população de caranguejo-ferradura foi dizimada em 90% nos últimos 15 anos e a espécie está agora relacionada como vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A população asiática desse caranguejo teve destino semelhante e está listada como ameaçada de extinção.
Outras espécies que dependem do ciclo de vida desses animais, como os Seixoeiras ou Red-knot (Calidris canutus), que se alimentam dos ovos dos caranguejos-ferradura, também correm o risco de serem extintas. Há evidências da redução em 70% da população desses pássaros desde 1973 e a principal hipótese para esse fato é a redução da sua fonte de alimentos.
A versão sintética do LAL, o rFC, foi desenvolvido em laboratório e já empregado há duas décadas, além disso, essa tecnologia é aprovada pela Farmacopeia Europeia (EP 5.1.10; EP 2.6.32) em 2016 e 2021, respectivamente, e do reconhecimento pelas Farmacopeias Americana, Chinesa, Coreana e Japonesa como método alternativo e do trabalho para torná-lo compendial no prazo de um a dois anos.
O evento tem como objetivo apresentar essa problemática para os parlamentares e pedir apoio para o rápido reconhecimento dessa tecnologia no Brasil. O reconhecimento de métodos alternativos à experimentação animal fica a cargo do CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal) que tem como competência monitorar e avaliar a introdução de técnica alternativas que substituam a utilização de animais em ensino e pesquisa, segundo a lei que regulamenta a experimentação animal – Lei 11.794/2008, art.5°, inciso III.
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